Raízes Culturais da Assa Matusse

Assa Matusse nasceu em 12 de junho de 1994, em Maputo, capital de Moçambique, berço de grandes nomes da música ligeira moçambicana. Desde a infância, Assa foi fortemente influenciada pelos ritmos tradicionais do sul de Moçambique, onde danças como a marrabenta, xigubo e xitende moldaram a sua identidade musical. Cresceu num ambiente onde a cultura local era exaltada, e a música fazia parte do cotidiano familiar.
©Centro de Arte Moderna Gulbenkian

Assa Matusse nasceu em 12 de junho de 1994, em Maputo, capital de Moçambique, berço de grandes nomes da música ligeira moçambicana. Desde a infância, Assa foi fortemente influenciada pelos ritmos tradicionais do sul de Moçambique, onde danças como a marrabenta, xigubo e xitende moldaram a sua identidade musical. Cresceu num ambiente onde a cultura local era exaltada, e a música fazia parte do cotidiano familiar.

A paixão de Assa Matusse pela música moçambicana começou cedo. Ainda criança, acompanhava o pai em rodas de música tradicional e cresceu ouvindo artistas como Wazimbo, Mingas e Hortêncio Langa. Esses ícones despertaram nela o sonho de um dia ser reconhecida como uma referência na valorização da identidade cultural moçambicana através da música.
Desde cedo, Assa mostrou-se uma defensora da cultura moçambicana, com foco na preservação de línguas nacionais como o changana, ronga e bitonga, que mais tarde marcariam a sua composição artística.

Início da Carreira

A carreira de Assa Matusse teve início oficial em 2011, quando começou a se apresentar em eventos culturais e festivais em Maputo e Matola. Participando em concursos de talentos locais, Assa foi conquistando espaço por sua voz forte e interpretação carregada de emoção.
O verdadeiro reconhecimento veio em 2013, quando lançou a música “Xitchuketa”, uma homenagem à mulher moçambicana forte, trabalhadora e resiliente. A canção rapidamente se tornou um hino feminino, sendo amplamente tocada em rádios e utilizada em campanhas de valorização da mulher. Assa Matusse sempre se destacou por unir o moderno e o tradicional. Sua capacidade de misturar batidas eletrônicas com instrumentos típicos como a timbila e a mbira tornou-se sua marca registrada. Ao longo dos anos, seu nome passou a ser associado à nova geração da música ligeira moçambicana.

Consolidação

Com o sucesso de seus primeiros singles, Assa Matusse lançou seu primeiro álbum oficial em 2015, intitulado “Nhasi Hi Mina” (Hoje sou eu), com 12 faixas que exploravam temas como identidade, amor próprio, resistência e cultura. O álbum foi aclamado por críticos e ouvintes, principalmente por seu lirismo em línguas locais e fusão criativa de sons.


Em 2018, lançou o segundo álbum, “Assa é Moçambique”, um verdadeiro manifesto cultural. Canções como “Maputo”, “Baila Marrabenta” e “Txilava” conquistaram públicos de todas as idades, fazendo de Assa uma embaixadora informal da música nacional em países vizinhos como África do Sul e Zimbábue. Além da música, Assa passou a envolver-se em projetos sociais e culturais. Tornou-se embaixadora de campanhas para o ensino da música nas escolas e lutou pela preservação dos instrumentos tradicionais em zonas urbanas.

Sucessos

O ano de 2020 marcou a expansão internacional de Assa Matusse. Com a faixa “Mulher Africana”, a cantora conquistou o mercado lusófono, sendo convidada a atuar em festivais em Angola, Cabo Verde e Portugal. A música destacava o papel da mulher negra na reconstrução cultural e social do continente.

Em 2021, venceu o Prêmio Nacional de Música Moçambicana na categoria de Melhor Intérprete Feminina. Participou do Festival Azgo e foi homenageada no Festival Internacional Marrabenta pela sua contribuição na revitalização do gênero.
Assa Matusse tornou-se um ícone cultural. Seus videoclipes, sempre repletos de simbolismo africano, trajes tradicionais e danças típicas, viraram referência estética para a juventude moçambicana.



Valores 

Mais do que uma artista, Assa Matusse é uma defensora da cultura e dos valores moçambicanos. Em entrevistas, declara que sua missão vai além da fama: quer ser ponte entre o passado e o futuro musical de Moçambique. Assa acredita no poder da educação musical e cultural como forma de empoderamento da juventude. Seus projetos sociais incluem oficinas de canto para meninas, visitas a escolas para ensinar instrumentos tradicionais e palestras sobre a importância da língua materna na música.
Ela promove temas como igualdade de género, sustentabilidade, preservação da dança tradicional e respeito pelos mais velhos. Em cada letra, Assa introduz elementos da sabedoria ancestral, resgatando provérbios e contos moçambicanos.

A trajetória 

Assa Matusse é uma inspiração para a nova geração de músicos moçambicanos. Seu estilo único provou que é possível ser contemporânea sem abandonar a raiz. Sua música é estudada em universidades e usada como exemplo em formações culturais promovidas pelo Ministério da Cultura. Artistas jovens como Lizha James, Laylizzy e Hernâni elogiam publicamente Assa por manter viva a chama da música tradicional e por abrir caminhos para mulheres no palco.
Sua atuação na mídia é discreta, porém poderosa. Prefere deixar a música falar por si, mantendo uma postura de humildade e foco em projetos com impacto duradouro.

Desafios

Em 2025, com mais de 14 anos de carreira, Assa Matusse continua ativa e inovadora. Prepara seu terceiro álbum, que promete misturar ritmos do norte e sul de Moçambique, com colaborações inéditas de artistas lusófonos. Também está envolvida num documentário sobre a mulher na música africana, e lançará um livro infantil com letras de suas músicas em formato de histórias, incentivando a leitura em línguas locais. Assa Matusse representa hoje uma ponte entre o passado e o futuro, entre tradição e inovação. Sua voz carrega não apenas notas musicais, mas a alma de um povo inteiro que dança, canta e resiste através da arte.

Assa Matusse 2025, futuro da música moçambicana, novos projetos, documentário cultural com raízes.