Três dias de arte, improviso e criatividade em Maputo
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As sessões arrancam às 18 horas, com apresentações divididas entre dois espaços icônicos da cidade: a Fundação Fernando Leite Couto (FFLC) e a mítica Casa Velha, recentemente reaberta ao público. O evento oferece uma rara oportunidade para os amantes do teatro e das artes performativas mergulharem num universo de emoções, reflexões e inovação artística, sempre com foco no formato breve – o grande diferencial do Cenas Curtas.
O pontapé de saída do festival será dado com uma roda de conversa na FFLC, sob o tema “Dramaturgia Singular”, conduzida pelo conceituado diretor e roteirista brasileiro Vinicius Araguaya. Com vasta experiência no universo da ficção e do documentário, Araguaya vem a Maputo para partilhar a sua trajetória na escrita dramatúrgica e produção audiovisual, inspirando artistas locais e o público em geral.
A sessão de abertura promete provocar questionamentos profundos sobre o processo criativo:
“Partimos do pressuposto que cada ser tem uma voz singular. Perseguir a singularidade é a meta da nossa escrita pessoal. Mas será que há maneiras de catalisar esse processo? Há atalhos? A estrada é a mesma para todo mundo, ou é tão singular quanto o timbre de nossa própria voz?”
Essas são palavras de Rita Couto, coordenadora do festival, que descreve a essência dessa roda de conversa e a proposta reflexiva que moldará os três dias de programação.
O segundo dia do Cenas Curtas 2025 promete ser eletrizante! Acontecerá na Casa Velha e trará ao palco o espetáculo “Improvícios – Batalha de Teatro do Improviso”, reunindo grandes nomes da cena teatral maputense para um desafio único: criar, em tempo real, performances inesperadas, sem ensaios ou roteiros.
Os artistas terão como aliada apenas a sua criatividade, e o público terá um papel ativo na avaliação dos desempenhos, elegendo aquele ou aquela que mais se destacar no improviso. Estão confirmados no elenco nomes de peso como:
- Ailton Zimila
- Fernando Macamo
- Joana Mbalango
- Kátia Majate
- Lirico Poetico
- Lucrécia Noronha
- Osvaldo Passirivo
O Festival Cenas Curtas tem se consolidado, ano após ano, como um espaço de inovação artística e fortalecimento das artes performativas em Moçambique. Nesta edição, mais do que nunca, o foco está no valor do processo criativo. Os organizadores destacam que o festival não é apenas um palco de apresentação, mas um laboratório de criação e experimentação, onde os artistas são convidados a explorar os seus limites, desafiar convenções e provocar o público com novas linguagens cénicas.
O uso da improvisação como linguagem central é um reflexo do desejo de promover não só o talento, mas também a coragem artística, o jogo coletivo e a imprevisibilidade - características que definem o teatro em sua essência mais livre e orgânica.
O festival encerra-se no domingo, também às 18 horas, na Fundação Fernando Leite Couto, com um momento que promete interatividade total. A programação final será composta por jogos de improviso, abertos a todos os presentes artistas e público em geral. A proposta é clara: todas as pessoas serão chamadas ao palco para representar.
Essa iniciativa democratiza a experiência teatral, rompe a barreira entre palco e plateia, e transforma o encerramento num verdadeiro espetáculo coletivo, onde a espontaneidade e o humor darão o tom.
Com essa abordagem inclusiva, o Festival de Teatro Cenas Curtas 2025 reafirma seu compromisso com a construção de um teatro vivo, acessível, plural e profundamente conectado com os tempos atuais.

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